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13/04/2018

Debate 88: Estaria a igreja preparada para tratar os que estão às margens da sociedade?

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Debate 88: Estaria a igreja preparada para tratar os que estão às margens da sociedade?

 

Noite de 14 de março de 2018. Talvez um dia qualquer para nós, mas infelizmente não para as famílias de Anderson Gomes e da vereadora Marielle Franco assassinados no centro do Rio. Ao menos nove tiros foram disparados contra o carro em que estavam. A morte da vereadora levantou um debate nas redes sociais: direitos humanos. Muitas pessoas se posicionaram dizendo que a parlamentar “provou do próprio veneno por defender bandido”. A bíblia nos diz no livro de Ezequiel que Deus não se agrada com a morte de ninguém. Será que estamos seguindo os ensinamentos do mestre em nosso cotidiano e nas redes sociais? A verdade é que estamos talvez indignados e chateados, mas nossa atitude não é de inconformados e aos poucos estamos mais conformados com todo o caos que tem acontecido.

Mas o que é isso que causa tanta polêmica? O que é, de fato, o tal dos direitos humanos? A definição é simples. Direitos humanos são os direitos básicos de todos os seres humanos. Ou seja, o direito à vida, à liberdade, à liberdade de opinião, ao trabalho, à educação, à crença religiosa e muitos outros.

É lamentável o que está acontecendo no país. Mas temos que lembrar sempre que o evangelho está acima de direita ou esquerda e está acima de qualquer ideologia política. Um país dividido não vai conseguir combater o crime organizado, a corrupção e as mortes. Precisamos fazer cair a máxima popular de que “bandido bom é bandido morto”, pois ninguém, absolutamente, ninguém é “matável”. Jesus morreu por todos nós!

A humanidade está perdendo o senso do absurdo. As justificativas para as maiores monstruosidades dos nossos dias estão na ponta da língua daqueles que conseguem ver lógica no meio da loucura. É como se o médico perguntasse se o paciente é bandido ou cidadão de bem antes de socorrê-lo, porque vai que o “assassino” é curado e continua a matar. Faz sentido pra você? O mal já consumiu o mundo, mas precisamos nos lembrar diariamente do que está escrito na carta de João “estamos cientes de que somos de Deus…”, mas parece que essa afirmação não tem ressonância no quadro que está diante de nós. Cadê o nosso reflexo de amor? Onde estão as flores ao invés das armas?

Perguntas:

Estaria a igreja preparada para tratar os que estão às margens da sociedade?

“Os santos” da igreja saberiam viver ao lado de dependentes químicos, prostitutas, travestis, sem tetos e outras minorias vítimas de preconceitos?

A igreja deveria se posicionar em questões como: direitos humanos, racismo, violência e debater sobre as minorias em geral? Questões sociais atuais não são importantes para nós "que vamos morar no céu"?

Será que se metade das igrejas da cidade ou do estado do Rio realmente se importassem com as dezenas de mortes que acontecessem, com essa violência, e não apenas fingisse cara de assustados ou indignados com a impunidade quando algo assim acontecesse esses índices diminuiriam?