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19/11/2021

DEBATE 88: Racismo, pecado e crime

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DEBATE 88: Racismo, pecado e crime

Debate 88 (19/11): Racismo: pecado e crime

Ao longo do ano, nós falamos sobre vários pecados em nossas enquetes e debates... Fofoca, homossexualidade, mentira, pornografia e muitos outros, mas infelizmente, só falamos sobre o pecado do racismo em novembro ou quando acontece um episódio que ganha repercussão nacional. Amanhã, dia 20 de novembro, é celebrado o dia da Consciência Negra e é até feriado. Mas infelizmente, muitos temas relacionados a nós, negros, só são debatidos nesse mês de novembro.

Você, ouvinte, já sabe que racismo além de pecado, é crime, não é mesmo? A palavra de Deus diz o seguinte no livro de atos:

“e, abrindo Pedro a boca, disse: reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas.” (atos 10:34)

E no livro de Tiago, encontramos o seguinte versículo: “todavia, se cumprirdes, conforme a escritura, a lei real: amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. Mas, se vocês tratam as pessoas pela aparência, estão pecando, e a lei os condena como culpados.” (Tiago 2:8-9)

O racismo ainda é uma vergonha nas páginas da história da igreja cristã. Apenas como exemplo, o regime do apartheid na África do Sul foi ratificado por igrejas, que inclusive encontravam base bíblica para tal. Um absurdo extremo, quando a bíblia diz que “não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gálatas 3:28).

Racismo é um sistema de opressão que nega oportunidades a populações negras e indígenas no Brasil. Por mais que uma pessoa branca não se diga racista, o fato de ela ser branca significa que ela se beneficia desse sistema. Ela está do lado do privilégio.

Perguntas:

Eu queria, para começar o nosso bate-papo, saber como cada um, pessoalmente, enxerga o racismo.

Dentro da igreja existe racismo? Talvez, não com o pastor que tem a pele negra, mas, talvez com um membro.

O racismo é algo que, infelizmente, está entranhado na sociedade e aparece, muitas vezes, de formas sutis, bem discretas. É possível que esses atos racistas apareçam desta maneira, disfarçados de “piadas”, “brincadeiras”, “comentários inofensivos”. Qual é o perigo do tal do “racismo velado”?

Antigamente, muitas piadas falando de negros, de maneira pejorativa, faziam o maior sucesso. O humor que inferiorizava a cor da pele era visto como normal. Hoje em dia, muitas coisas não são mais aceitas pela sociedade. Isto é porque é a geração do “mimimi”, ou o acesso à informação fez com que a sociedade ganhasse voz?

Pode-se dizer que estamos avançando na luta contra o racismo? Ou ainda há um caminho muito longo a se percorrer?

Como os pastores devem se comportar mediante a uma sociedade que, historicamente, inferiorizou pessoas negras? Isso deve ser abordado nos cultos? Ou de que maneira?

Se Deus nos ama, sem barreiras de cor, raça, classe social, e tantos outros motivos, por que muitos cristãos não se esforçam para amar ao próximo? Falta falar sobre isso na igreja?

Segundo bloco:

O preconceito existe e está presente nas relações humanas desde a mais remota história da humanidade. Durante todo seu processo de experiência de vida, o ser humano vai incorporando valores, sentimentos, ideias, que vão se perpetuando na mente, muitas vezes em defesa de um modo de pensar e de viver que não é aceitável por todos. Esta é a base cognitiva do preconceito: um padrão mental de avaliação da realidade que se expressa através de atitudes, no preconceito propriamente dito.

Recentemente, foi publicada uma matéria no portal de notícias UOL, com mulheres negras que relataram o racismo que viviam dentro da igreja evangélica. Praticamente todos os relatos foram relacionados ao cabelo crespo. Pastores que pediam que alisassem ou líderes que pediam que as mulheres fossem com o cabelo molhado ou preso aos cultos e principalmente em dias de festa, para não incomodar os irmãos.