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28/09/2018

Debate 88: suicídio e seus causadores

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Debate 88: suicídio e seus causadores

Setembro é o mês mundial de prevenção do suicídio, chamado também de setembro amarelo. O assunto que já foi um tabu muito maior, ainda enfrenta grandes dificuldades na identificação de sinais, oferta e busca por ajuda, justamente pelos preconceitos e falta de informação. Contudo, o suicídio não é somente o fato de tirar a própria vida. Há um processo que antecede essa decisão, uma série de sintomas, distúrbios emocionais e psicológicos, que levam ao mais alto estágio de insatisfação com a vida. Hoje vamos falar alguns desses fatores que levam uma pessoa a querer atentar contra a própria vida. Identificar esses fatores e buscar ajuda é a forma mais eficaz de prevenir o suicídio.

Vamos começar pela depressão.

Até pouco tempo, a depressão era só um distúrbio afetivo, que acompanhava a humanidade ao longo da história, causando tristeza, pessimismo, baixa autoestima. Mas hoje a ciência já chegou a um consenso que a depressão é uma doença. O mal do século!

Segundo estudos, a depressão é uma doença que precisa ser tratada durante toda a vida do paciente, e há 50 por cento de chance de recaída. Estima-se que 322 milhões de pessoas no mundo sofrem deste mal e é a segunda maior causa de ausência no trabalho e a principal motivação de suicídios. O que é motivo para preocupação, pois este número tende a aumentar. O Brasil é o país com maior prevalência de depressão da América latina e o segundo com maior nas Américas, ficando atrás somente dos Estados Unidos.

Segundo dados apresentados pela ANVISA, os ansiolíticos ou antidepressivos estão entre os remédios mais consumidos no Brasil, nos últimos anos. Para você ter ideia, o mercado desses medicamentos movimentou mais de dois bilhões de reais no último ano. Somos conhecidos como a “nação rivotril”.

Neste primeiro bloco, eu quero saber dos pastores: qual tipo de ajuda o cristão deve buscar, ou oferecer, quando detecta um quadro de depressão? É certo tomar remédios? É possível vencer com a ajuda de deus, sem medicamentos?

 

Segundo Bloco

Estamos falando sobre os sintomas, as doenças, que podem levar ao suicídio, quando chegam em alto grau. Neste segundo bloco, o assunto é ansiedade.

Você já ficou ansioso, em algum momento da vida? É muito provável que todos nós já tenhamos passado por momentos de ansiedade, sim. A ansiedade é uma perturbação mental causada por preocupações com situações que podem acontecer. A ansiedade não é a mesma coisa que medo. O medo é um sentimento relativo a um fator real, palpável, que existe. Já a ansiedade é como se fosse uma expectativa de um perigo incerto, algo que a gente imagina que vá acontecer e se julga incapaz de lidar.

E a ansiedade se tornou o mal da vida moderna. Virou um problema mundial, que afeta o rico e o pobre, em todos os países do mundo, em maior ou em menor grau. De acordo com a OMS, 33% da população mundial sofre de ansiedade e o Brasil é sempre um dos primeiros a aparecer na lista dos países com o maior índice de ansiosos.

A ansiedade não é uma coisa boa. No lugar da ansiedade, vem a agonia, aflição, angústia e perturbação da mente. A pessoa ansiosa vive num estado de alerta constante por causa de uma situação que pode acontecer – e causar sofrimento. E apesar de tanta gente no mundo sofrer deste mal, poucos entendem que devem lutar contra isso.

E eu quero saber: se a bíblia fala que não devemos andar ansiosos por coisa alguma, por que há tantos cristãos sofrendo deste mal? Há algum nível de ansiedade aceito pela bíblia? Como se livrar da ansiedade, num tempo em que estamos acostumados a ter tudo de forma muito rápida? Ansiedade é pecado?

 

Conclusão

Para nós, cristãos, entender tudo isso é um desafio. Ficamos confusos e temos dificuldades para avaliar e compreender o mundo em que os nossos filhos estão crescendo. As crises se intensificam e as respostas que temos talvez não sejam suficientes para os questionamentos quanto ao sentido da vida. Não podemos simplificar a questão – o autoextermínio, as feridas e cicatrizes são reais. Precisamos aceitar o fato de que sabemos pouco a esse respeito, mas é preciso coragem para enfrentar a situação.

Na carta de Paulo a Timóteo, há um alerta apropriado: “nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé por obedecerem a espíritos enganadores e ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentira, e que têm cauterizado a própria consciência” (1 Tm 4.1-2).

As vítimas podem estar dentro de nossa casa, sob nosso controle familiar, assistindo aos cultos, participando de todas as atividades da igreja, mas com angústias que não conseguem nomear, com sentimentos de inutilidade, de desamparo e com desejos incompreendidos. Pode ser que parentes, vizinhos, colegas de trabalho ou de escola, ou conhecidos estejam dando atenção a estas vozes invisíveis e oportunistas. Não podemos esquecer que nossas crianças, adolescentes e jovens são alvos de satanás. Ele utilizará qualquer fraqueza humana para destruir a esperança e fomentar a aflição e o aprisionamento, com particularidades sinistras e muito bem orquestradas, tentando descartar a oferta de salvação de um salvador misericordioso.

Ainda existe prevenção. A bíblia nos inspira a uma esperança concreta, alicerçada na fé e no cuidado da vida como um bem essencial.

Diante de tantos relatos que recebemos de ouvintes, que sofrem com esses problemas e, felizmente, muitos têm identificado antes que as consequências sejam irreversíveis, eu gostaria que os pastores concluíssem o tema, com uma palavra de consolo, incentivo, esperança, que é o nosso papel, a razão de estarmos aqui.