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16/04/2021

Debate 88: como reconhecer sinais de abuso e violência contra nossos filhos e as crianças?

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Debate 88: como reconhecer sinais de abuso e violência contra nossos filhos e as crianças?

DEBATE 88 (16/04): A DEVASTADORA PERDA DO PEQUENO HENRY

A covid virou a vida de milhões de crianças e adolescentes pelo avesso e agravou a desigualdade social e na educação. Dificuldades de alfabetização, problemas de socialização, ansiedade, abusos e violência, falta de alimentação e aumento da evasão escolar estão entre os efeitos imediatos.

A triste morte do menino Henry gerou grande debate sobre a importância da escola no reconhecimento dos abusos, se os pais estão atentos aos sinais que os filhos passam, sobre o cuidado que precisamos ter de quem colocamos dentro de nosso lar ou sobre a casa que deixamos nossos filhos frequentarem, porque julgamos “conhecer a família”.

Neste debate, queremos acender um alerta para mães e pais: como reconhecer sinais de abuso e violência contra nossos filhos ou as crianças que nos cercam? E o que fazer para ajudá-las?

Acho difícil, mas se você não está por dentro do caso, vamos tentar resumir essa atrocidade. Na madrugada do dia 8 de março, o menino Henry deu entrada no hospital, já sem vida. De acordo com o relato dos médicos, ele apresentava um quadro de parada cardiorrespiratória.

Ao buscar ajuda no hospital, a mãe, a professora Monique, e seu namorado, o vereador Dr. Jairinho, não deram muitas explicações aos profissionais de saúde que atenderam a criança. Apenas que o encontraram com dificuldade para respirar, gelado e com os olhos revirando. Aos parentes, chegaram a contar inicialmente que o menino tivera um mal súbito.

Exatamente um mês após a morte brutal do menino de 4 anos, sua mãe e o padrasto foram presos. Os dois foram indiciados por tortura e homicídio duplamente qualificado por motivo torpe, sem chance de defesa da vítima. Laudos, provas técnicas e uma troca de mensagens de celular entre a mãe e a babá da criança põem por água abaixo a versão fantasiosa de acidente doméstico.

A família pode escolher entre ser um ambiente de risco ou de proteção. Em qual desses a sua casa está?

Segundo dados da revista Crescer, só 3% das denúncias feitas por crianças não têm fundamento, por isso, devemos sempre acreditar nos relatos dos pequenos. Jamais podemos duvidar. A dúvida leva ao silêncio e o silêncio é um mecanismo que sustenta a violência contra a criança - o que leva à morte. Um sinal já é um motivo para se alarmar.

 

PERGUNTAS:

Quais sinais devem ser observados?

Como introduzir este assunto em casa?

Quando falar disso com as crianças? Existe uma idade certa para ensinar sobre as partes do corpo? Quem pode tocar ou dar banho?

A igreja está preparada para ajudar famílias que passam por abusos sexuais, psicológicos e físicos?

Precisamos falar sobre isso dentro dos templos. Como o pastor pode abordar temas como este na pregação?

A igreja precisa ter profissionais capacitados para ajudar os pastores nestes casos?

O que nós, seres humanos, somos capazes de fazer quando o espírito santo não habita em nossas vidas?

 

O papel da escola

A escola é, em muitos casos, um espaço de acolhimento para crianças que são vítimas de violência ou sofrem abusos dentro de casa. É ali que alguns dos pequenos encontram escuta para denúncias, ou olhares atentos a hematomas e outros sinais de alerta.

Por isso, também há uma cartilha voltada especificamente para os profissionais da educação tratarem o assunto na escola. Vale lembrar, no entanto, que o fechamento das escolas por conta da pandemia deixou muitas crianças ainda mais vulneráveis. Por isso a importância de reforçar a atenção em casa, com os seus filhos ou outras crianças de seu convívio.

 

  •          5 dicas práticas para evitar ou combater abusos e violência infantil

1) Ensine seus filhos sobre as partes do seu corpo, e a nomeá-las, inclusive as partes íntimas;

2) Ensine que o corpo pertence à criança: algumas pessoas em quem ela confia podem tocá-la durante o banho, depois de ir ao banheiro, ou quando está doente, por exemplo, mas sempre com seu consentimento;

3) Ensine seu filho que qualquer agressão ou toque nas partes íntimas não é normal, e deve ser denunciado;

4) Ensine que não há segredos entre vocês. Ele pode (e deve) contar tudo a você, ainda que o agressor peça segredo - e jamais será punido por você;

5) Leve a sério as denúncias de seus filhos. Qualquer sinal de agressão deve ser reportado à delegacia da Criança e do Adolescente, Conselho Tutelar ou Disque 100 (o Disque Direitos Humanos)