Je suis charlie, pray for Orlando, ore por Londres, somos todos Las Vegas são algumas das milhões de hashtags utilizadas nas redes sociais quando acontece um atentado terrorista... Trocamos a foto do nosso perfil e até oramos pelas famílias que perdeream seu entes queridos. Mas por que escolhemos as razões pelas quais desejamos nos comover?
O Estado Islâmico está assumindo as centenas de ataques que acontece mundo afora. Só nesse ano a Europa sofreu com oito ataques deixando dezenas de mortos. Os estados unidos chorou recentemente com os 527 feridos e 59 mortos em Las Vegas, comovendo o mundo inteiro. Mas e os constantes atentados que o continente Africano vem sofrendo por um grupo tão poderoso quanto Estado Islamico, você está sabendo? O Boko Haram e o Talibã tem deixado um rastro de destruição na Africa e no Oriente Médio, mas não rendem tanta comoção nas redes sociais como os ataques na europa.
Seis dias depois do atentado terrorista em Mogadício, capital da Somália, sabe-se que há mais de 300 mortos, mais de 400 feridos, centenas de desaparecidos e centenas de pessoas irreconhecíveis por conta das queimaduras causadas pela explosão. Obviamente isso não ganha destaque nas nossas manchetes. Não há acompanhamento em tempo real sobre as buscas, sobre o estado de saúde das pessoas, sobre o que aconteceu com os responsáveis pelas explosões, nem sobre as medidas tomadas pelas autoridades. Somos todos racistas também? Se você é neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado opressor.
Não há nenhuma matéria do gênero “quem são as vítimas do ataque terrorista na Somália”. Não há fotos de cada um dos mortos, dizendo se eram solteiros ou casados, quantos anos tinham, se deixam filhos ou com o que trabalhavam. Ninguém está interessado neles. Nos ataques a Paris, Barcelona, Madri, Manchester, Los Angeles, todos os mortos tinham rosto, profissão, história, família. Cada um deles mereceu alguns segundos da nossa atenção e algumas linhas nos jornais.
Já na somália parece que neste caso basta uma solidariedade genérica. A seca na somália, os quase 800 mil refugiados, as quase 300 mil crianças gravemente desnutridas definitivamente não tocam o mundo. A palavra de Deus nos diz em Romanos 12 que devemos nos alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram, mas na prática, estamos selecionado com quem vamos chorar!
Por que escolhemos as razões pelas quais desejamos nos comover? Por que atentados que ocorrem em países da Europa, ou nos Estados Unidos, chamam mais a nossa atenção do que a fome e a miséria em países como a Somália?